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NOSSA MÚSICA 1

Por Silvio Domingos

Com o intuito de valorizar e propagar os talentos musicais de Siderópolis e Treviso, na série Nossa Música apresentaremos a partir deste número músicos da nossa terra. Por estas paginas passarão então cantores, compositores e instrumentistas locais da velha e da nova geração. E para inaugurar a série em alto estilo, nada melhor do que aquele que, além de ser um músico e professor de talento inegável, é também um revelador de talentos e figura importantíssima na manutenção da tradição que tem Siderópolis em produzir bons músicos e, consequentemente, boa música.



ENSINANDO E TOCANDO CORAÇÕES

De influencias que vão do popular ao jazz, nosso músico deste número me recebe em sua casa (que é também sua escola) com a tranquilidade que lhe é tão particular (a mesma que entoa suas aulas). Ele logo me explica que “a primeira coisa que a música nos mostra é nossa ansiedade”, tornando-se uma arma poderosa no seu combate. E vai além: diz que “a música é uma grande ferramenta para um mundo melhor” e que “o verdadeiro músico é aquele que toca com o coração”. E nesse tom zen nossa conversa segue para um pouco da sua história...

Gelson Viana de Miranda, o Gelsinho, é natural de Laguna, mas adotou Siderópolis logo cedo, aos 4 anos de idade, quando pra cá mudou com os pais (Wilson José de Miranda e Jaci Viana de Miranda) e dois irmãos mais velhos (Jailson e Maria Elizabeth).

Apaixonado por música desde criança, admirava o avo que tocava flauta transversal na Banda Musical de Laguna e improvisava acordes com cordões amarrados a um pedaço de madeira.

Por volta dos 12 anos aprende os primeiros acordes e ingressa como baixista no High Tension Danger, banda de Rock Sideropolitana também formada por Ronaldo David, Kika Rossa, Mosy Tancredo, Valdecir de Jesus (Sy) e João Rovaris (o qual substituiu).

A partir do final dos anos 70 participa de vários festivais de música no Paraná e Santa Catarina, dentre eles o Festival Universitário da Canção de Blumenau, obtendo o segundo lugar com a composição “Mas Ela Vem”.

No início dos anos 80 transfere o curso de Ciências Biológicas para a FURB de Blumenau, começa a dar aulas particulares e participa de apresentações musicais com grupos consagrados. Na mesma época trabalha como repórter da TV Coligadas e entrevista grandes nomes da MPB, como Djavan, Fátima Guedes e Paulinho da Viola.

Em 1983, de volta a Siderópolis, participa do FECAMP – Festival Catarinense de Música Popular e dá aulas particulares em Criciúma. Em 85 casa-se com Xenia de Abreu e muda-se para o Paraná, onde desenvolve projetos culturais envolvendo música e teatro.

Retorna a Siderópolis dois anos mais tarde. É contratado pelo SESC, participa do projeto “Encontro com a Música” na Casa da Cultura de Criciúma e apresenta-se com o Grupo Místico, ao lado de Rossano Cancelier, Fábio Antunes (Pelego) e da Esposa.

Vive por cinco anos em Gramado-RS e retorna em 1997, quando participa do II Fempos – Festival da Música Popular de Siderópolis, classificando-se em 3º lugar com a música “Cinema Natural”. Surge então o Sal da Terra, com a esposa e o amigo guitarrista Braz (mais tarde com a adesão de Apoli, Israel, Marcelinho e Jorge Nando).

Em 1999 Gelsinho decide dedicar-se integralmente a sua vocação natural de professor de música e cria a Escola de Música Sal da Terra, anexa a sua residência. Com sua experiência didática, desenvolve uma metodologia própria, que vê o aluno como um ser integral e único. Nela o aluno desvenda não apenas o universo da musicalidade e da arte de tocar um instrumento, mas também o de penetrar na essência de sua própria natureza, e, a partir daí, garimpar o seu mais precioso dom: o de descobrir e desenvolver seu potencial humano e criativo, conquistando assim a plenitude integral do ser.

A partir daí foram inúmeros cursos e projetos envolvendo escolas, igrejas e o poder público, além de parcerias musicais com músicos da terra e diversas apresentações, dentre elas as várias edições da Festa do Colono de Siderópolis das quais participou.