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Folhas soltas de nossa história



Quando os imigrantes desembarcavam no porto de laguna, o povo da cidade se assustava com pessoas tão estranhas e tão parecidas entre si, com aparência de quem não tomava banho há muito tempo, pelo mau cheiro que deixavam no ar, por onde passavam. As mães recolhiam as crianças da rua, pois traziam muitas crianças que choravam, grandes baús de madeira e muitos sacos as costa, gesticulavam entre si, falavam alto, numa língua que ninguém entendia. Noticias deste tipo eram publicadas em jornais de Laguna e Tubarão. Após um breve descanso eram embarcados no trem e seguiam até Pedras Grandes. Lá eram sempre esperados por uma frota de carros de bois, contratados pela companhia colonizadora, e que através das picadas no meio da mata virgem, os conduzira até seu destino final. O imigrante sabia tão somente, que “Andiamo in América”, porque o mundo novo, o Eldorado, para a Europa, velha, pobre e recém destruída pelas guerras, era a América. Não sabiam os italianos que ao embarcarem no navio, os agenciadores que os acompanhavam estavam com os mapas das terras a serem colonizadas, nas mãos. Como conheciam lá e cá, procuravam colocar os imigrantes nos núcleos que se aproximassem geologicamente ao seu “paese”, isto é, ao seu lugar de origem. Os italianos recebiam por cada italiano embarcado, maior de 18 anos e menor de 60 anos, pois o objetivo era a colonização precisava-se de braços fortes e jovens. O pagamento era feito na hora do desembarque. Por este motivo é que os navios vinham super lotados, pois emigrar, geralmente dependia mais do poder de persuasão do agenciador que da vontade própria do agenciado. Os Padres italianos tiveram papel de destaque no despachamento dos colonos italianos, pois ninguém poderia duvidar de sua palavra, quando dos pupilos da Igreja, incentivavam e incitavam o povo a procurar novas terras para um futuro melhor, no outro lado do oceano. No período de 1870 a 1895, para aquele que foi considerada a maior imigração italiana de todos os tempos, a pregação nas igrejas, nos mais recôntidos cantões era sempre a mesma: “Terra para todos, grandes rios com muitos peixes, caca em abundancia, fome zero e certeza de prosperidade”.

Siderópolis26/11/2010

Selita Sacheti Cesa