Ronaldo David
Foto:Casas de mineiros em Rio Fiorita, no município de Siderópolis (SC)]
Em 1949, o Rio Fiorita já era um povoado em ebulição, somando-se os moradores e colonizadores de origem italiana e os que chegavam, em profusão, para fazer testes e então, aprovados, serem admitidos como trabalhadores, a maioria mineiros, na Companhia Siderúrgica Nacional – CSN.
Este processo advinha desde 1942.
O número de ruas, pela quantidade de pequenos bairros e divisões da localidade, era bem maior que o atual baseado no formato original, que vai da rua 1, a do Comércio, à rua fronteiriça e nas vizinhanças da então Escola Mista Estadual de Rio Fiorita Médio, depois, em 1956, tornando-se o Grupo Escolar Tullo Cavallazzi.
E então tínhamos, como alguns exemplos destas ruas de numeração conhecida e seus moradores, além das demais, a senhora Antônia Viths, viúva, de origem italiana, residindo na rua 8, tradicional desde então e onde tinha sua habitação Paulo Machado, comerciante de madeira.
Ainda, na rua 8, residiam o mineiro Miguel Patrício, o encanador João Felício e o capataz de mineração Geraldo Alves.
A senhora Francisca Ferreira residia à rua 4, igualmente no Rio Fiorita Médio.
Hipólito Borba, motorista, residia na rua 19, região denominada de Santa Bárbara, assim como o mineiro José Sebastião da Cruz. Já o soldador Dinarte Cardoso residia no Céu Aberto, à rua 2.
Demóstenes Siqueira, escriturário, que trabalhava no Escritório da CSN, com sua esposa, a professora Beatriz Roberg Siqueira, residiam na rua 4, Rio Fiorita Médio, e depois, no ano seguinte, passariam à Vila Residencial ou Vila Formosa, localizada no Rio Fiorita Baixo.
Frontino Medeiros, negociante, residia à rua 18, no Santa Bárbara e o mineiro José Martins tinha sua casa na rua 4 e João Sebastião Martins, guarda, morava à rua 14, no Santa Bárbara.
Como exemplo das ruas hoje inexistentes e seus moradores, a viúva Francisca Ricarda tinha sua residência na rua 22, na Operária, onde também estava localizada a rua 20, onde residia a viúva Almerinda Martins e também o mineiro Manoel Juventino da Silva.
Nazário Jacinto e João Cardoso, ambos mineiros, residiam à rua 21, assim como o foguista Fernando Zezuino, enquanto Manuel Clarindo, mineiro, tinha sua habitação na rua 30.
Francisca Ferreira, viúva, tinha sua residência à rua 16.
O aposentado Manoel Correia residia no Rio Fiorita Médio, à rua 20. O pintor e músico Boaventura Padilha residia à rua 12, onde residia também o mineiro Jandir Inácio e a viúva Tereza Lino.
Luiz Claudino, mineiro, residia na rua 29, no Céu Aberto, onde também estava situada a rua 27, onde residiam os mineiros Porfirio Manoel Silva e Reduzino João Rosa.
Os mineiros Ricardo Castilhos e José Costa moravam, respectivamente, à rua 33 e 3.
O madeireiro João Dias residia em uma das primeiras casas da rua 9, de número 15, uma das poucas residências assim definidas em arquivo, assim como o mineiro Assis Alves, que morava na rua 7, casa número 43.
O empreiteiro Tomas Vieira residia na rua 26, no Céu Aberto, onde também situava-se a rua 32, onde habitava o feitor João Mota.
O barbeiro João José Pereira, o primeiro na localidade, residia na Operária, à rua 3 e o maquinista Alberto Cândido, da Estrada de Ferro, na rua 2, onde a vendedora de frutas Esmelinda Gomes tinha também sua habitação.
O escriturário Álvaro Matos residia à rua 7, na casa de número 23.
Esaú Pereira, o primeiro evangélico da região, onde chegara em 1944, residia à rua 9, na casa 44.
João Martins, guarda, morava no número 14 da rua 19.
Gumercindo Furlan, que era feitor, morava no Céu Aberto, à rua 24. Na mesma rua moraram José Patrício, mineiro e o aposentado Manuel Antonio. Já à rua 26 residia o maquinista Antonio Borges, na casa 56.
Alfredo Nascimento, que erqa zelador do SENAI, residia na rua 33.
Na rua 21, na Operária, residia a senhora Serafina Cardoso, assim como o mineiro Nazário Honorato.
Como ora descrito, o Rio Fiorita era um microcosmos muito além do que sonhávamos um dia desfrutar.