As cidades, especialmente as menores, precisam deixar de “exportar suas inteligências” e a partir da tecnologia da informação empregada nas prefeituras, como ferramenta de governo eletrônico, é possível estancar este processo e dar a estes municípios novos rumos em direção ao futuro, quebrando paradigmas e criando novas alternativas para o desenvolvimento econômico com uma atividade rentável e, sobretudo, ecologicamente correta.
O conselho, que bem serve a milhares de candidatos a prefeito de todo país, é do professor Carlos Roberto De Rolt, doutor em ciências da computação, professor da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), em Florianópolis, ex-secretário municipal da Prefeitura da capital e empresário do setor de tecnologia da informação. De Rolt retornou na quinta-feira (20) a sua cidade natal, Siderópolis, para proferir palestra durante o lançamento do plano de governo de Alemão e Lilo à prefeitura.
Para iniciar este processo em Siderópolis, ou em qualquer outro município, o professor da Udesc enfatiza a importância “de se criar um clima de inovação, conectando a cidade ao mundo pela internet”. Para isso defende a implantação do governo eletrônico, inicialmente, proporcionando prioritariamente a participação da sociedade nas administração municipal.
“Por exemplo, cada projeto de lei que a administração vai mandar à Câmara de Vereadores, antes, ficará a disposição, por determinado tempo, para receber contribuições e críticas de cidadãos comuns, de técnicos ou de interessados no assunto, seja qual for”, ressalta, definindo este processo como uma “Audiência Pública virtual”.
Estas audiências, poderá, têm amplas vantagens sobre as consultas assemelhadas presenciais, que têm apenas algumas horas de realização e participação popular restrita. Ao mesmo tempo, o município passa a prestar serviços públicos pela internet, como emissão de alvarás, consultas a processos, e emissão de boletos para pagamento de impostos e taxas, entre outros.
Em um segundo momento, entende o professor doutor Carlos Roberto De Rolt, o processo se volta para informatização do setor de saúde, com integração entre as unidades de saúde do município, laboratórios, centros de imagens médicas e implantação do prontuário eletrônico de cada paciente e controle de medicamentos fornecidos ou receitados. “Este serviço, além da ampliação do controle e fiscalização do município, representa segurança à saúde do paciente”, ilustra.
A amplitude do processo do governo digital se estende mais amplamente a partir da educação, observa o especialista. A informatização da gestão escolar se estende ao processo pedagógico, inclusive com salas informatizadas e lousas digitais, e chega as residências da comunidade de cada unidade escolar, via wirelles. “Os estudantes podem aprofundar suas pesquisas em casa, os professores podem fazer cursos de qualificação e as famílias se conectam com o mundo””, exemplifica Carlos.
Este processo de popularização ao mundo virtual se consolida com a implantação de telecentros, abertos a comunidade em geral, em pontos estratégicos, onde crianças fazem pesquisas, adultos tratam de questões profissionais e até buscam novos empregos e os idosos navegam nas redes sociais. Nas áreas rurais equipamentos de transmissão via rádio permitem a inclusão das famílias.
“A tecnologia e a evolução permitem, na atualidade, equipamentos relativamente baratos e condições para que as administrações municipais possam implantar estas condições e, sobretudo, existem linhas de financiamentos e projetos nos governos estadual e federal que possibilitam a implantação destes processos”, orienta De Rolt.
Com este quadro desenhado, salienta o especialista em tecnologia da informação natural de Siderópolis, estão abertas as possibilidades para uma nova fase do desenvolvimento econômico do município e suas “inteligências” mantidas na cidade. “É preciso estimular o surgimento de empresas inovadoras, em incubadoras, para aumentar a taxa de sucesso dessas novas empresas e, sobretudo, que estas empresas utilizem o potencial de criatividade, proporcionando o desenvolvimento a partir de suas próprias Inteligências, focadas em suas características econômicas, sociais e culturais”, conclui Carlos Roberto De Rolt.
Por Gilvan de França