Diaconato é o primeiro grau do sacramento da ordem. Os outros dois são o presbiterado e o episcopado, portanto, diáconos, presbíteros e bispos compõem a hierarquia da Igreja. As mãos lhes são impostas para o ministério e não para o sacerdócio. Com a ordenação o diácono deixa sua condição de leigo e passa a fazer parte do clero. Esse sacramento imprime caráter, que o faz diácono por toda a eternidade. Não há como retroceder.
O diaconato é coisa nova na Igreja?
Não. O diaconato foi instituído pelos apóstolos. Podemos ver em Atos 6, 1 - 6 a imposição de mãos sobre os primeiros sete diáconos: Filipe, Prócono, Nicanor, Tímon, Pármenas, Nicolau e Estevão que foi o primeiro mártir (At. 6,8-7,60). Podemos, ainda, ver outras referências como Fl. l,1 e 1 Tm. 3, 8 - ss. Permaneceu florescente na Igreja do ocidente até o século V, depois por várias razões desapareceu.
Quando foi restabelecido?
Foi restabelecido pelo Concílio Vaticano II. Inicialmente foi regulamentado pelo papa Paulo VI em 1967 no motu próprio "Sacrum Diaconatus Ordinem". Em 31 de março deste ano foram promulgados pela congregação para o clero as "Normas fundamentais para a formação dos diáconos permanentes" e "O diretório do ministério e da vida dos diáconos permanentes". Estes documentos deixam explícitos que "a restauração do diaconato permanente numa nação não implica a obrigação da sua restauração em todas as dioceses. Compete exclusivamente ao bispo diocesano restaurá-lo ou não".
Por que permanente?
Existem dois tipos de diáconos. O diácono transitório é aquele que recebe o sacramento da ordem no grau do diaconato para depois receber o segundo grau e tornar-se presbítero, ou padre conforme costumamos dizer. O diácono permanente sendo casado não pode ascender ao grau superior, ficando permanentemente como diácono.
Ficando viúvo o diácono permanente pode ser ordenado presbítero?
Na realidade pode. No entanto precisa de uma autorização especial e ainda de completar os estudos, da concordância do bispo e do conselho de presbíteros e de forma preponderante da certeza absoluta de sua vocação ao presbiterado. Contudo isto é importante: o diácono permanente que ficar viúvo não pode se casar novamente.
O que é necessário para se tornar diácono?
As normas da Igreja fazem algumas exigências: a formação deve durar pelo menos três anos (no mínimo mil horas) e deve conter obrigatoriamente teologia bíblica, dogmática, litúrgica e pastoral; o candidato deve estar casado há no mínimo cinco anos; tem que ter pelo menos 35 anos. Vida matrimonial e eclesial exemplares. Autorização verbal da esposa no momento da ordenação e por escrito, arquivada no processo.
Todas as dioceses têm normas específicas, exemplo: segundo grau completo, situação econômica estável, indicação do pároco, entrevistas com o bispo (inclusive esposas), idade superior a quarenta anos, retiros espirituais a cada seis meses para que se possa meditar sobre sua vocação; estar intimamente ligado a uma paróquia onde venha prestando valiosos serviços; complementar seus estudos com teologia moral, história da Igreja, direito canônico e mariologia. Ser homem de oração e assíduo na freqüência aos sacramentos.
Alguém pode se apresentar como candidato ao diaconato?
De modo geral o candidato é escolhido entre aqueles que se sobressaem na comunidade por sua espiritualidade e engajamento na paróquia, todavia, nada impede que alguém explicite ao pároco ou mesmo ao bispo diocesano sua vocação de servir à Igreja como ministro ordenado.
Quais são as funções do diácono?
Diaconia quer dizer serviço, então o diácono é ordenado para servir. Faz parte do ministério do Cristo Servo, "que veio para servir e não para ser servido". A Lumem Gentium diz que: servem o povo de Deus na diaconia da liturgia, da Palavra e da caridade. ( LG 29). Na liturgia eucarística o diácono tem funções próprias: servir o altar, proclamar o Evangelho, convidar para o abraço da paz, purificar os vasos sagrados e fazer a despedida. Deve, ainda, incentivar a assembléia para uma participação correta e efetiva na Divina Liturgia.
Então o diácono só não pode consagrar?
Não é assim. O diácono é ordenado para o serviço e não para o sacerdócio. Na realidade o diácono é ministro ordinário dos Sacramentos: do batismo e matrimônio. É também ministro ordinário da comunhão eucarística. Pode ainda ministrar todos os sacramentais; dar as bênçãos próprias de ministro ordenado (objetos de devoção, casas, automóveis, etc.), inclusive a bênção com o Santíssimo Sacramento. Tem ainda a faculdade de presidir à celebração do matrimônio.
O diácono pode exercer seu ministério em qualquer paróquia?
Teoricamente pode exercer seu ministério em qualquer lugar do mundo, afinal de contas ele recebeu um sacramento válido e a Igreja é una, santa e católica, ou seja, é universal, no entanto o diácono está intimamente ligado ao bispo diocesano a quem deve plena obediência. O bispo pode colocá-lo como auxiliar de um pároco, contudo, ele tem a faculdade de auxiliar em outra paróquia desde que disponha de tempo e tenha a autorização do titular competente.
Como fica a vida matrimonial do diácono?
Os documentos de "Santo Domingo" nos dizem que o diácono permanente é o único a viver a dupla sacramentalidade - da ordem e do matrimônio. Um não elimina o outro. A vida matrimonial é portanto vivida em sua plenitude. Esta é a razão pela qual a esposa tem que autorizar, por escrito e de viva voz, no momento da ordenação, que o bispo tem a sua autorização irrevogável para ordenar seu marido.
O diácono recebe ordenado ou remuneração pelo serviço?
Absolutamente nada. Todo seu trabalho é uma doação à Igreja, no entanto nada impede que seja ressarcido de todos os gastos que venha a fazer como, por exemplo, o combustível que gasta em suas locomoções para o exercício de seu ministério. Geralmente o diácono além de nada receber, presta sua ajuda pecuniária à paróquia onde presta seus serviços.
Porque a estola do diácono é diferente?
A estola do sacerdote desce verticalmente ao longo do corpo para mostrar a verticalidade de seu ministério. Sendo pontífice ele faz ponte, faz ligação entre Deus e o homem através do sacrifício apresentado a Deus "in persona Christi". O ministério do diácono é voltado para o serviço à comunidade. A estola atravessada no peito mostra a horizontalidade de suas funções.
Hà muitos diáconos permanentes no Brasil?
O Brasil conta hoje com cerca de +- 1.258 diáconos e +- 20.000 padres.
Existe alguma diaconisa?
Não. Sempre foi norma na igreja católica conceder o sacramento da ordem apenas aos homens. As "diaconisas" de que fala a Bíblia Sagrada não receberam imposição das mãos, mas apenas exerciam a "diaconia " (serviço) em suas comunidades.
Existe uma diretoria como a CNBB para os bispos?
Sim. Existe a Comissão nacional dos diáconos com seu presidente e auxiliares. Existe também em cada regional a Comissão regional dos diáconos. Onde há grande número de diáconos, há a Comissão diocesana dos diáconos.
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MAIORES INFORMAÇÕES DOCUMENTO 96 DA CNBB.
HISTÓRICO.
Gilson Longo nascido em Treviso em 1962, filho de Divino
Longo e Maria Vicente Longo.
Fiz a primeira comunhão na Igreja de Treviso,também fiz o
primeiro ano do na escola Udo Deck.
Família com 9 filhos,mudamos de Treviso para Siderópolis em
1970,onde estudei o segundo e terceiro ano
na escola Silvio Ferrarro .O quarto ano fiz no José do Patrocínio.
No quinto ano com o intuito de ser seminarista, fui
transferido para o Seminário onde estudei até a oitava série.Neste período fiz
algumas experiência como seminarista,mas a saudade da família foi mais forte.
Fui estudar na SATC, onde me formei em eletrotécnica, vindo
fazer estágio em Joinville, na Tupy.
Trabalhei seis anos na tupy como eletricista, após este
período, fui contratado pela Embraco, onde estou até hoje com 27 anos de
empresa, no carga de supervisor de manutenção.
Como cheguei ao diaconato?
Casei em 1985, com Nanci dos Santos Longo e tivemos quatro
filhos.
Após casado comecei a participar mais intensamente na
Igreja.
Coordenei liturgia, grupos bíblicos de reflexão, catequese
de crisma, ministro extraordináriuo da eucaristia, catequese de pais e
padrinhos e assistente para grupos de jovens.
Fiz vários retiros de espiritualidade incluindo Renovação
Carismática Católica e ECC Encontro de Casais com Cristo.
Em 2008 o nosso pároco colocou na reunião de CPP, que
gostaria de enviar um candidato para a escola diaconal e queria que indicassem
pessoas de modo secreto para que ele entrevistasse os indicados.
Algumas lideranças me indicaram.O Padre me chamou e
conversamos sobre a missão do diácono,fiquei feliz em ter sido indicado.
Conversei com a esposa e os filhos, pois precisaria de um
consentimento por escrito para ser aprovado como candidato.
Fiz entrevista com o Bispo diocesano Dom Irineu, que
reforçou os objetivos do diaconato permanente na diocese.
Fui aprovado no vestibular para a escola diaconal São
Filipe, que funciona dentro do seminário São José em Curitiba.
Daí em diante foram três anos de curso. Um final de semana
sim e outro não,forma sessenta finais de semana que ficamos internados no
seminário,onde trabalhamos conhecimento e espiritualidade.
Iniciávamos na sexta feira ás 19h00min e encerrávamos no
domingo ás 16h30min.
Além das aulas tivemos 400 horas de estágio pastoral e 70
horas de direção espiritual.
Antes de sermos ordenados diáconos, recebemos ordens menores
que são:
Leitorato: Função de Leitor oficial da palavra de Deus.
Acolitato: Função de servir o altar.
Uma semana antes da ordenação diaconal, numa missa solene o
candidato deve fazer uma declaração pública renovando as promessas do batismo e
um juramento de fidelidade a Igreja.
Estes atos além de lido em público são assinados pelo
candidato e pelo bispo diocesano e fica arquivado com toda a documentação.
Durante a ordenação diaconal,o candidato se ajoelha diante
do Bispo,e jura fidelidade.
Após, se prosta com o rosto por terra, canta-se a ladainha
de todos os santos, quando levanta,
recebe a imposição das mãos do Bispo, recebendo a ordem do diaconato.
O diácono é ordenado para a Liturgia,Palavra e
Caridade,nesta celebração ele recebe solenemente o Evangeliário.
Amanha dia 19/10/2012 fará 2 meses de ordenação diaconal (
dia da ordenação 19/08/2012 ),posso dizer que sou muito feliz pela ordenação e
todos os trabalhos que estão se despontando nesta nova missão.
Cada vez mais me convenço que, Deus não escolhe os
capacitados, mas capacita os escolhidos.
Hoje entendo que a indicação das lideranças da comunidade em
2008, foi um verdadeiro chamado de Cristo, pois o diaconato não é um desejo ou
uma vontade é verdadeiramente uma vocação.
Sou grato a Maria Santíssima, nossa Mãe, a minha esposa e
filhos que me acompanham nesta missão.
Joinville 18 de Novembro de 2012.
Por Gilson Longo