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Tombamento de igreja reforça fé em Rio Fiorita


Parte da vida de gerações de moradores da comunidade de Rio Fiorita, a Capela Santa Bárbara está prestes a ser reconhecida como patrimônio histórico de Siderópolis.
Objeto de fascínio de famílias inteiras, o lugar é palco de casamentos, batizados e manifestações de fé em mais de 50 anos de existência.
Histórias como a de Ana Maria Ferraro Rodrigues, 62 anos, estão intimamente ligadas à sede católica da localidade. Ali, ela fez catequese, subiu ao altar e batizou os filhos.
"Moro aqui desde os meus seis anos. Fiz a catequese na antiga capela que ficava em frente a atual e há 42 anos me casei nesta capela.
Temos muito apreço por este local, por isso queremos preservar as histórias que aqui existem.
E a gente sabe que em Santa Catarina só existem duas capelas em madeira, e uma delas é a nossa.
Por isso a importância em preservar", menciona Ana Maria, que atualmente é presidente da Associação de Moradores do bairro Rio Fiorita.
São inúmeros relatos de carinho pela capela que homenageia a padroeira dos mineiros - Santa Bárbara.
O templo foi feito, segundo dados da sede paroquial, em maio de 1957. Foi projetada e construída com auxílio de engenheiros e trabalhadores da antiga Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). A comunidade também colaborou.
Foi o caso do marceneiro Américo Tramontin, 73 anos, morador de Rio Fiorita há pelo menos 30 anos. Segundo o aposentado, as paredes foram erguidas com ajuda dos moradores.
"Na sacristia trabalhei pelo menos oito meses.
A igreja foi erguida porque na década de 40 teve um impulso bom na mineração e a CSN resolveu fazer um local para os mineiros.
Até hoje a capela é visitada por trabalhadores da mina", lembra Tramontin.
A Capela Santa Bárbara festeja a padroeira em dezembro e realiza a segunda maior festa do município de Siderópolis, perdendo apenas para a Festa do Colono.
Conforme a presidente do Conselho de Assuntos Econômicos da Paróquia (CAEP), Maria das Dores, dona Dodô, a comunidade solicitou o tombamento do espaço aos vereadores e ao deputado federal Acélio Casagrande.
"Como vimos o valor sentimental da capela para os moradores, resolvemos buscar ajuda para que esta paixão nunca acabe.
Temos medo que daqui a pouco, por problemas estruturais, a história se perca e de repente construam um local de concreto.
A população venera a capela, por isso, precisamos preservá-la", enfatiza.

Projeto será votado nesta segunda
O vereador Valdemir Carminatti (PP) foi quem entrou com indicação no legislativo municipal solicitando projeto do executivo para o tombamento da Capela Santa Bárbara.
De acordo com o parlamentar, o pedido partiu da própria comunidade que gostaria de ver o lugar de tantas histórias preservado como patrimônio histórico de Siderópolis.
"Fizemos reuniões e os moradores viram que o local precisava de reparos, então, pensou-se no tombamento.
Por isso vamos buscar recursos para a viabilização disso. Acredito que o projeto vá passar por unanimidade, até por ser uma solicitação da localidade de Rio Fiorita.
O povo adora esta capela", ressalta o autor da proposta que entra em votação nesta segunda-feira, na sessão da Câmara de Vereadores.
A Capela Santa Bárbara só possui os pilares de entrada em concreto e rampas de acesso a portadores de necessidades especiais também em cimento.
A estrutura é toda em madeira maciça.
Segundo Tramontin, marceneiro que ajudou na construção da sede, a sustentação do sino é por meio de toras de canela.
Paredes, forração e demais partes estruturais foram feitas com peroba, guarapari e pinho.
Os bancos, que passaram por reparos há pouco tempo, são de imbuia. O local nunca teve problemas graves na edificação.
Uma ou outra tábua que precisa ser trocada de tempos em tempos.
Segundo estimativa da comunidade, se o templo virar patrimônio público, a reforma para mantê-la nos padrões originais deve ficar em torno de R$ 30 mil reais. "Vamos levantar este montante por meio de parcerias, emendas e até da lei de incentivo à cultura no Brasil", finaliza o vereador Rampinelli.