Hoje,
Um começo de manhã bonita......
Um aroma agradável...
Paira no ar um quê diferente, talvez até de mistério, alegria, satisfação, ansiedade...
O “CRIADOR” SABE!!!!!! ....
É que hoje Dona JULIA DE PELLEGRIN FONTANELLA, comemora os 100 anos de vida.
Nasceu no dia 03 de janeiro de 1911, na localidade “DE VILLA” , em Urussanga, tendo por pais:
Angelo de Pellegrin e Francisca Bez Batti.
Menina tímida, obediente e calma.... teve uma infância e adolescência alegre e feliz.
Suas amigas costumavam culpá-la por toda e qualquer peraltice cometida, pois ela jamais acusaria uma colega.
E a menina Julia cresceu, transformando-se numa bonita moça, e como ninguém vive só, pois até as estrelas do céu cantam juntas, enquanto as águas do oceano se apraiam ao mesmo tempo e as lágrimas vem sempre juntas dos sorrisos ..... nesta edificante busca do “outro“, Julia encontra o jovem MANFREDI FONTANELLA.
Apaixonaram-se, o casamento acontece .... e ela ... passa a chamar-se JULIA DE PELLEGRIN FONTANELLA.
Depois de residir por algum tempo em Urussanga, já com 02 filhas ... NEIDE ( 01 ANO) e... NADIR (02 MESES), o casal decide morar em BELLUNO, hoje , SIDERÓPOLIS.
O trabalho .... num Armazem de Secos e Molhados, no local onde hoje situa-se a Prefeitura Municipal, e..... as lidas da casa tomam todo o tempo de JULIA.
E a família cresce com o nascimento de NILTO e dois anos depois o NIVALDO.
Mesmo com 04 filhos para cuidar, dar amor e carinho, ainda assim sobra tempo para a horta e para o jardim.
Rosas.... são as preferidas para os canteiros..... violetas e gloxíneas para os vasos......
Se é verdade que as flores procuram o jardim, porque no jardim sempre tem esperanças..... Vó JULIA também alimentou a esperança de uma grande família, onde a rima do “NÓS “ fosse a harmonia do conjunto.
E........ COM CERTEZA CONSEGUIU!!!!!!!!
Em sociedade com os irmãos FONTANELLA, Vô MANFREDI e Vó JULIA, montam um bar, denominado “ SIDER BAR “.
BELLUNO ou SIDERÓPOLIS progredia, tornando-se um lugarejo agradável..... e num esforço associativo criam a “ FORÇA E LUZ “ . Com a chegada da luz elétrica e o comercio crescendo, nada melhor para a diversão do que o “ CINE BELLUNO “.
Agora já são SEIS filhos e a mãe , JULIA, contornava qualquer obstáculo com elegância, sabedoria, buscando encontrar sempre uma solução.
Participava das atividades religiosas, tais como a Congregação do Sagrado Coração de Jesus; Corpus Christi, onde esmerava-se na confecção dos tapetes de rua.
Jamais descuidou-se do lar, crescimento dos filhos, a educação religiosa ou escolar.
Foram muitas as noites não dormidas, os descansos não vividos, como também os momentos partilhados, mas ensinava aos filhos a lição do amor que não faz distinções ou comparações.
Os filhos cresceram e formaram suas famílias.....
JUSTIÇA........ uma questão de ordem para Vó JULIA....onde os presentes eram iguais para todos. Existe a lembrança de que.... indo certa vez na Loja Sangaletti, comprou para Narcy e Ivone, filha e nora, dois cortes de tecido para vestido, ....iguais...... na cor e na estampa!!!
Alguns preceitos faziam dela uma verdadeira senhora......
falar baixo , é mais bonito.... o vizinho não precisa ouvir....
filhas e noras...... gostava de vê-las com baton nos lábios......
horários.. que se cumprissem religiosamente......
hábitos à mesa....... nada de discussões ...... somente assuntos agradáveis....... ainda lembrava ....para uma boa digestão.......
Mas, seu maior mérito foi sem dúvida, iluminar o caminho para todos os filhos, fazendo com que seus sonhos tornassem realidade.
Perde seu companheiro em 18 de setembro de 1969.
Sua filha NEIDE e seu genro FLAVIO, moram um tempo com ela.
Há 20 anos, quando , quando do falecimento do genro HILÁRIO, vai para a casa da Nadir para não deixá-la só ....... lá passava os dias e à noite dormia em sua casa, até que optou por lá permacer, onde está até hoje.
Volta e meia recebia a noticia de que mais um neto estava para chegar; depois vieram os bisnetos.
Seu neto Jorge Henrique montou na garagem da casa de sua mãe, uma fábrica de materiais de segurança (luvas). Para espanto de todos Dona JULIA, assume por vontade própria a contagem das peças de luvas. Aos poucos, surpreendendo mais uma vez, comanda todas as funções, envolvendo-se totalmente até a dissolução da fábrica, anos depois.
Mas, lembrando ainda um passado cheio de histórias e emoções vale dizer que seus vestidos sempre tiveram bolsos. ......Não ,..... não era para descansar as mãos, pois estas jamais paravam; ........os bolsos abrigavam uns trocados que praseiromente eram dados aos netos. Sabe-se de netos que ficavam só a esperar para serem agraciados.
Teve participação na educação dos netos, principalmente do bisneto JULIO, o qual teve este nome em homenagem a ela. Até as tarefas escolares do JULIO ela conferia...
Dona JULIA ou Vó JULIA, 100 anos de uma caminhada envolvente, ..... tem seis filhos, .........quinze netos (um falecido) ....e........ dezessete bisnetos.
Hoje, os cabelos brancos,......... com o corpo franzino,....... a serenidade, ...........o silêncio fazem parte dos seus dias.
Apenas olha, como certificar-se de que aquela esperança da harmonia do conjunto, realmente aconteceu.
Somos uma família ,Vó JULIA .... não uma família apenas, ..... mas família unida, onde todos sofrem e se alegram juntos, onde o riso dos netos mistura-se à alegria dos bisnetos.......Onde os almoços aos domingos ainda acontecem.........
Alguma coisa mudou?
Sim, a senhora recebeu um apelido carinhoso:
Hoje, é a “ NOSSA BONECA “, A NOSSA BONEQUINHA LINDA DE CABELOS PRATEADOS.............
MUITO OBRIGADA POR TIRARMOS A SORTE GRANDE NA LOTERIA DA VIDA, AO RECEBERMOS DAS MÃOS DE DEUS O PREMIO DA SUA PRESENÇA.
COM MUITO AMOR, FILHOS....... NETOS... BISNETOS... E AMIGOS.
