Ronaldo David
Maria da Graça Botelho Savi
A partir de fevereiro de 1949 a Escola Mista Estadual de Rio Fiorita Médio passa a denominar-se Escolas Reunidas Almirante Viriato Machado de Oliveira, ainda sob a coordenação da professora Beatriz Roberg Siqueira.
Em 11 de maio daquele ano, a escola foi visitada pelo inspetor escolar estadual Paulo Preis, que elogiou os trabalhos, a funcionalidade do educandário e suas iniciativas. Nestes aspectos, contava muito o apoio da direção da CSN para dirimir possíveis necessidades, pois era seu interesse dotar alunos e pais de educação, auxiliando inclusive em uma Classe de Alfabetização para adultos, implantada neste ano, sob coordenação da professora Zoraida Hostermann Guimarães.
A partir de junho de 1949, a professora Zoraida assume a direção da escola, em licença da titular. Poucos dias depois, em 4 de junho, o inspetior Paulo Preis retorna à escola e a elogia com ênfase, considerando-a dentro das melhores exigências educacionais e principalmente nas atividades da Classe de Alfabetização, que fiuncionava entre as 19 e 22 horas.
Este curso especial alfabetizou duas turmas de alunos, com duas séries em dois semestres, até julho de 1950. Em uma época em que não se oportunizava alfabetização a adultos, esta iniciativa é pioneira inclusive em âmbito estadual, e mostra a diferença de condução da administração das estatal em relação às demais da região, preocupadas apenas com a exploração da força humana no trabalho, como um diferencial para a fidelização dos funcionários a seus métodos.
Em agosto de 1949, assumiu a coordenação da escola a professora Irma Tomasi. Neste momento, são mestras também no educandário Aurora Losso Coral, Beatriz Roberg Siqueira, Iracema Losso Bez Batti e Zoraida Hostermann Guimarães, que também educava na escola do Rio Fiorita Alto, inclusive com aulas para surdo-mudos, igualmente uma inovação educacional na região.
Somando-se a elas e adentrando ao ano de 1950, ministram aulas, quando necessário, as professoras substitutas Gema Lazzarin, Ursulina Maccari De Lorenzi, Juçá Einecke.
Em fevereiro de 1951, há 60 anos, portanto, e metade do período em que se comemoram os 120 anos de início da colonização no atual município de Siderópolis, assumia como responsável pela Escola a professora Helena Comin Dal Farra.
Importante destacar que havia a influência da direção da CSN quanto á professora que dirigia a escola, e havia uma espécie de rodízio entre elas, com coordenação que dificilmente ultrapassava seis (6) meses. Desta forma, o potencial pedagógico das mestras não ficava restrito á direção, ao mesmo tempo que todas podiam administrar o educandário, com o apoio das demais. Assim, em junho do mesmo ano a professora Irma Tomasi Lazzatin, recentemente casada, assume a direção, que repassa em dezembro à professora Iracema Bez Batti.
No mesmo junho de 1951, somava-se, ao corpo docente, o concurso das professoras Maria Barzan, Zulma Luciano e Maria de Lourdes Duarte. Em 1º de abril de 1951 assume também a primeira zeladora do quadro funcional, Nilza Michels.
Comemora-se, ao final do ano, os 60 anos da colonização italiana na comunidade, com teatro, apresentações cívicas e pronunciamento de lideranças locais. Naquele momento, havia 219 alunos matriculados, sendo 104 meninos e 115 meninas, de 1º a 4º anos de ensino fundamental, denominado, então, primário.
Na escola funcionava um “Pelotão de Saúde”, com alunos que praticavam atividades de conscientização dos colegas sobre higiene e cuidados pessoais, vacinas e respeito ao meio ambiente; a “Biblioteca Escolar”, com 4 responsáveis, também com 11 reuniões durante o ano e com o acervo de 180 livros; a “Liga Pró-Língua Nacional” (programa oficial implantado desde 1942 pelo governo Vargas, como uma forma de minimnizar a utilização do idioma italiano; a “Caixa Escolar”, com verbas disponibilizadas por pais e pela CSN para dotar a escola de condições financeiras para prestar auxílio a alunos carentes, como roupas e compra de mantimentos e material escolar, e, na formalização deste apoio, o “Círculo de Pais e Professores”, fundado em 8 de setembro de 1948, com efetiva participação da estatal, independentemente do educandário ser do Estado, sendo sua direitoria composta de 7 integrantes.
E assim começou a história de uma educação tornada inesquecível, em suas consequências e para o bem de tantos, na comunidade de Rio Fiorita.