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1ª Parte - Sideropolitano no "Caminho de Santiago de Compostela" 1ª capitulo


DIÁRIO DE BICIGRINOS – ESTAÇÃO ZERO

Após vários ciclos passeios no nosso querido estado de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, considerando-me um experiente ciclo ludâmbulo, tive uma grata surpresa quando o Édio sugeriu que fizéssemos o Caminho de Santiago de Compostela, de bike.
Convite feito, convite aceito.
Reunimos-nos para agendar uma data apropriada, o roteiro, e divisão de responsabilidade.
Eu Vânio, fiquei responsável pela programação e logística da viagem, enquanto o Édio seria o responsável pelo desmonte, montagem e manutenção das bikes. Qualquer coisa fora disso seria resolvida à medida que houvesse necessidade.
Escolhemos a “Ruta Navarra”, mais conhecida por Caminho Francês, por ser o mais tradicional e, o mais indicado nas bibliografias sobre o Caminho.
Sabíamos do desafio que teríamos. Pedalar aproximadamente 1.000 km por uma rota milenar, saindo da França, subindo os Pirineus até chegar à Espanha e ali cruzar sete províncias no sentido leste a oeste do norte da Península Ibérica.
Sabíamos também que o desafio seria amenizado pelo prazer de pedalar, aliado ao interesse religioso, histórico e cultural, reunindo assim algumas paixões num só projeto. Realmente um desafio, nada de aventura, tudo planejado carinhosamente.
Com a programação em andamento, o Willemann, colega com quem trabalhei durante 21 anos na Celesc, gostou da ideia e se integrou ao grupo.
Preparos:
- Psicológico: por saber que ficaríamos fora do país e longe dos familiares e amigos por um bom tempo, principalmente para o Édio que faria sua primeira viagem internacional.
- Financeiro: mesmo sabendo que o valor aproximado a ser investido não seria de grande monta, poderíamos correr riscos de eventuais imprevistos em função das bicicletas que levaríamos do Brasil.
- Físico: por estar consciente de que encarar o caminho com seus “sube y baja” é um grande desafio.
- Logístico: por saber que deveríamos levar o mínimo de bagagem, mesmo tendo de encarar altitudes e suas consequentes temperaturas baixas na primavera do hemisfério norte.
Tudo certo, passagem aérea marcada:
23/05/2012 – Florianópolis – São Paulo – Madri.
24/05/2012 - Madri – Pamplona.
Mais o trecho Pamplona na Espanha, até Saint-Jean-Pied-de-Port na França, de Van (alugada ainda no Brasil, via internet).
Hoje, 24/05/2012, estamos em Saint Jean Pied de Port, carimbamos nossa Credencial do Peregrino, foi segundo carimbo se uma série que se Deus quiser só terminará em Santiago de Compostela no noroeste da Espanha. O primeiro foi da Associacao dos amigos de Santiago do  Rio de Janeiro. Saint Jean é uma cidade tipo Gramado, vive do turismo e está no pé dos Pirineus no lado da Franca, as placas aqui são em Frances e euskera. Estou digitndo no mini net book do Willeman, com tela de 7 polegadas e teclado alemao, já que ele comprou em Berlim, portanto desculpe os erros de digitacao.
Hoje fomos conhecer a cidade, andamos pela citadelle, nosso hotel esta fora dos muros da velha cidade, e nao conseguimos internet, apenas 10 minutos free no posto de informacoes turisticas, mas o teclado era em frances. Me lembrei quando trabalhei com um pessoal do Benin, e não conseguia me dar bem com aquele teclado. Para quem fez a escola de datilografia Remington Rand do Brasil em Siderópolis nos aos 60, esses teclados são terríveis.
Amanhã, 25/05/2012 daremos início à pedalada, com previsão de chagada em Santiago de Compostela dia 04/06/2012.
Os dias 05/06 a 09/06/2012 estao reservados para eventuais contratempos no caminho, e se der tudo certo, conforme planejado, um passeio até Finisterre, (O Fim do Mundo para os Romanos na época das grandes conquistas), o ponto mais ocidental da Península Ibérica, onde o sol se despede da Europa e vai saudar os brasileiros na Ponta do Seixas em João Pessoa na Paraíba. E se ainda der tempo, um passeio pela histórica Valença do Minho em Portugal.
A partir de amanhã, quando iniciaremos o pedal, dentro do possível se encontrar internet nos albergues, ou Lan House nas proximidades, sairão os boletins diários, ou relatos de cada trecho, os quais chamarei de ESTAÇÕES.
Também vou procurar anexar umas fotos

                                                                           Vânio Savi (Mano)