O trabalho de visitar as pessoas idosas ou doentes começa dentro da sala de aula, os alunos preparam uma bonita homenagem para essas pessoas. E, no momento do encontro se concretiza o que foi planejado, cantos, orações, frases, paródias , lembranças e com o objetivo maior perguntas para conhecer as experiências e a história de vida delas.
Dona Angelina demonstrou o tempo todo muita alegria de estarmos ali. Sua história começa na comunidade de Montanhão morando com seus pais, porém sendo a menor criança da família, seus pais resolvem presentear um pedido de doação de seu tio, que não tinha filhos, e assim ela passou a conviver e viver com a família dele, deixando sua casa materna. Casou – se com 17 anos, há 28 anos é viúva, construiu sua família de 12 filhos sendo que 4 deles faleceram ainda pequeninos e depois de muitos anos, com mais idade perdera também mais 2 de seus filhos; tem bastante netos e aproximadamente 20 bisnetos. Seu sonho sempre foi a de ser costureira mas nunca pode estudar para isso, como sua vontade era tamanha, chegou até aprender observando suas amigas o corte de camisa e calça para homens e mulheres mas não quis seguir adiante, pois sabia que seu destino era outro. Desde muito nova com 7 anos os seus ensinamentos de seus pais eram direcionados para trabalhar nos afazeres de casa e na roça, seu marido também trabalhava na roça e na CSN, na qual ela ficou pensionista dele. Comentou sobre a honestidade que ele tinha, era um esposo muito trabalhador e honesto, ganhando uma medalha de ouro por nunca ter perdido uma hora de serviço em dez anos.
Dona Angelina se considera uma pessoa feliz, pois ainda consegue mesmo com dificuldades de se locomover fazer algumas atividades de casa, sendo que conta com a ajuda também de sua nora. Dentre muitos relatos, dois deles chamaram a atenção dos alunos. O primeiro foi sobre suas viagens, ou seja, morou por duas vezes no estado do Panará e quando se deslocou para o estado do Mato Grosso não conseguiu se adaptar com o estilo de vida daquela região. E o outro, foi o exemplo de seu filho, que desde a morte de seu pai, decidiu cuidar, zelar e fazer companhia para sua mãe e segundo ela se dão muito bem. DonaAngelina sempre quis frequentar a escola, mas como morava longe dela e não tinha companhia para ir e vir, teve que desistir de estudar. E então mesmo não tendo o conhecimento das letras, adorou e ficou muito grata com nossas lembranças e iria pedir que alguém lhes lesse novamente nossas mensagens.
Encerramos nossa visita contentes por conhecer dona Angelina, por contar semprecom o voluntarismo do Caçula e de ouvir dela o quanto gostou de nossa ação nos pedindo para voltar!