CONSTRUÇÃO
DA ESTRADA DE JORDÃO ATÉ A ENCRUZILHADA DE ACESSO A NOVA VENEZA, NA EXTENSÃO DE
9 QUILÔMETROS, EM 1910
Ronaldo
David
Academia
de Letras e Artes de Siderópolis
ALASI
Em 1910, após vários pleitos do então agente consular e
também Conselheiro do município de Urussanga como representante de Nova Belluno
e Jordão, ANTÔNIO REMOR, o Superintendente (cargo hoje correspondente ao de
Prefeito Municipal), senhor LUCCA BEZ BATTI, que havia sido reeleito em 1907,
com mandato até dezembro de 1910, atendeu ao pedido da comunidade e resolveu
oficializar uma Estrada Municipal de Jordão até a encruzilhada de acesso a Nova
Veneza. Naquele momento, havia apenas picadas simples unindo as localidades,
sem a efetividade de uma estrada que permitisse todo tipo de veículo na época,
sem atropelos e con segurança.
O Fiscal Geral (hoje equivalente a Secretário Municipal de
Obras Públicas), senhor LOURENÇO CADORIN, recebeu esta incumbência do
Superintendente, e com o auxílio do Fiscal (equivalente a um Intendente) de
Jordão, ALEXANDRO BORTOLUZZI, que havia sido nomeado em 1906, e com o recrutamento
de vários trabalhadores, a obra foi iniciada em fevereiro de 1910.
A obra foi inaugurada em novembro de 1910, abrangendo uma
distância de nove (9) quilômetros, substituindo as precárias picadas da época e
sendo a referência até o presente como comunicação – todas as medidas de
ampliação ou revestimento de areião ou pavimentação, foram realizadas sobre
esta estrada, já centenária.
Na obra, trabalharam em 1910 as seguintes pessoas: o
responsável pela coordenação do trabalhos, o feitor ALBINO BONGIOLO, o
topógrafo BORTOLO RISI, o capataz LUIS ROSSI (1), e os trabalhadores AMANTINO
DE SOUZA, JOAQUIM DE SOUZA, NATALINO DE SOUZA, AVELINO LOVERO, JOÃO RUFINO,
ZEFERINO CAMARGO, JOÃO CAVALIERI, JORGE PADILHA, CIRILHO (CIRILIO) CAMARGO,
LIZÂNIO JOSÉ, BENTO CAMARGO, SILVÉRIO EUZÉBIO, DORICO CAMARGO, NATALÍCIO
EUZÉBIO, BORTOLO ROSSI, LICIDÓRIO RODRIGUES, ESTEVÃO CAMARGO, JOSÉ MELO, DIMAS
JOSÉ, JOÃO JOAQUIM, JOÃO PAIANO, NATAL AVELINO e JOÃO JOSÉ (2).
Como torna-se destacado, irmãos e parentes, de várias
famílias, foram contratados para o trabalho, como os JOSÉ, os CAMARGO, os
SOUZA, os EUZÉBIO. A maioria das famílias dos trabalhadores citados estava
estabelecida na Seção Rio São Bento, próxima do Costão (3), com dificuldade de
explorar as terras ocupadas desde 1897, nas migrações pioneiras e minoritárias
de brasileiros na Colônia Nova Veneza, seja descendentes luso-açorianos ou da
etnia negra, e então eram aproveitados pelo município de Urussanga, em
detrimento da mão-de-obra de origem italiana, mais preocupada em zelar pelas
suas áreas de plantio.
NOTAS
(1)
Somente estes três primeiros funcionários ligados à municipalidade residiam no
Jordão.
(2)
Pesquisa no Arquivo Público do Município de Urussanga.
(3) Outros
colonos de origem luso-açoriana ou negra estavam estabelecidos na Seção Rio
Selva da Colônia Nova Veneza, da Companhia Metropolitana.