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Deonísio da Silva, um sideropolitano de aniversário


Oficialmente, há alguns anos, a história de um dos maiores escritores brasileiros começava de forma simples, nos rincões da localidade de Rio Fiorita, município de Siderópolis.
Sobre Deonísio da Silva, consta, nos livros de Registro de Nascimento da Serventia de Registro Civil das Pessoas Naturais, de Siderópolis, Santa Catarina, que se encontra, à fl. nº 132, do Livro A-11, com registro sob nº 4804, o termo com a seguinte transcrição: "Aos onze (11) dias do mês de novembro de mil novecentos e quarenta e oito (1948), nesta Vila de Siderópolis, Estado de Santa Catarina, no cartório de Registro Civil, compareceu o senhor Cecílio Valentin da Silva e declarou que no lugar Rio Fiorita, deste Distrito, em domicílio, no dia vinte e quatro (24) de setembro de mil novecentos e quarenta e oito (1948), às 23 horas, nasceu uma criança de cor branca, do sexo masculino, que se chama: DEONÍSIO DA SILVA, filho legítimo de Cecílio Valentin da Silva e de sua mulher Leobertina Daboit da Silva, naturais deste Estado, ele mineiro e ela doméstica, casados neste Cartório, residentes e domiciliados em Rio Fiorita deste Distrito. São seus avós paternos Antonio Teixeira da Silva e Maria José Corrêa e avós maternos Silvestre Daboit e Celina Daboit. E para constar faço este termo, que lido e achado conforme vai assinado pelo declarante e pelas testemunhas Manfredi Fontanella e Devino Cesa, naturais deste Estado, comerciantes, residentes e domiciliados na sede desta Vila e por mim, Oficial do Registro Civil que o escrevi e assino. (Seguem assinaturas). Era o que se continha fielmente digitada, conferida e assinada. O referido é verdade e dou fé. (Manfredi Fontanella)".
No reduto da Companhia Siderúrgica Nacional, que iniciava uma exploração intensa do carvão no sul catarinense, nascia aquele que honra todos os munícipes de Siderópolis e região, já que tornou-se, com o passar dos anos, um cultor da palavra da forma mais íntegra e sábia, com escritos que o ratificaram como um dos mestres literários do país.
Deonísio não se furta nunca ao berço natal, e sua presença já tornou-se frutífera, motivando a revelação de valores literários em sua terra, e sendo Patrono da Academia de Letras e Artes de Siderópolis e Treviso.
Lembro sempre seu culto aos nomes familiares e à sua origem em Rio Fiorita e nos anos seguintes, em outro município, em palavras de sentimento e emotividade em um artigo: “Cecílio é meu pai e Leobertina, minha mãe. Manfredo, o do cartório. Agenor, o padre que me batizou. A parteira, que atendia em casa, chamava-se Balbina. Cecília foi a primeira catequista, de lindos olhos verdes, xará de meu pai. Como a santa de mesmo nome, também cantava bem e tocava harmônio. Edite, a primeira professora, de profundos olhos azuis que, concursada, veio trabalhar em Jacinto Machado, onde se apaixonou por Quintino, com quem casou e com quem vive até hoje. Priscila, a segunda; Alzira, a terceira; Alda, a quarta. Herval foi o primeiro reitor, no pré-seminário. Germano, Antônio, Bertilo, César e Ângelo eram professores de tudo, mas Germano e Antônio sabiam latim, grego e português mais do que todos. Os nomes designavam pessoas que o menino jamais esqueceria. José, Wilson, Solange, Jaime, Tomás – também de Rio Fiorita - e outros 238 meninos estavam ali porque os pais de muitos deles, como os meus, tinham
tido vocação para sermos padres.” E com esta retrospectiva de vida, que construiu a si, pois chão e coração firmes sua família lhe dotou, Deonísio doa ao mundo sua arte de escrever, a do conhecimento etimológico da palavra, a de tornar o mundo mais rico intelectualmente, em nome da literatura catarinense e brasileira.
Deonísio, filho deste sul, cada vez mais torna seu aniversário efeméride, embora não goste de reverências demasiadas. Basta saber que os anos passam felizes, e com o nosso maior respeito, quando se evoca o dia 24 de setembro, o seu primeiro dia, em uma rua de Rio Fiorita, tornado definitivamente um marco comemorativo na cultura desta terra sideropolitana e sul catarinense. Parabéns, conterrâneo!

Por Ronaldo David e Nilso Dassi